A SIMBIOSE MITOLÓGICA DA GRUTA E A EDUCAÇÃO FÍSICA EM ANGOLA

Na antiga Grécia, existiam indivíduos que nasceram e viveram toda a sua vida dentro de uma gruta. Tudo o que conheciam era a visão de uma parede diante deles, onde sombras eram projectadas, e acreditavam que aquilo era o único mundo possível. Eram proibidos de olhar para trás ou questionar a realidade que lhes era apresentada.

Um dia, porém, os raios solares penetraram a gruta, iluminando partes que nunca haviam sido vistas. Um dos indivíduos, curioso, decidiu seguir os raios de luz até a saída. Ao sair da gruta, descobriu um mundo vibrante e repleto de vida, muito mais interessante e rico do que aquele em que sempre acreditara viver.

Tomado pela euforia, correu de volta à gruta para partilhar a descoberta com os seus companheiros. Mas, para sua surpresa, os outros não o acolheram com entusiasmo. Pelo contrário, rejeitaram-no, recusando a ideia de que pudesse existir outra realidade fora daquela que conheciam. Disseram-lhe: “Estamos bem aqui. Esta vida é a melhor. Não nos fale de outras coisas que não existem. Isto é tudo o que temos.” E não só ignoraram o que ele dizia, como começaram a odiá-lo por tentar mudar a sua visão.

A simbiose com a Educação Física em Angola

A analogia desta mitologia com a realidade da educação física em Angola é clara. Tal como os habitantes da gruta, há profissionais que permanecem apegados aos métodos antigos e tradicionais da educação física, acreditando que representam a única forma válida de ensinar e aprender até mesmo no ensino superior.

No entanto, professores como António Gaspar Quintas, Adriano Tomás, António Chicola e Jorge  Hakuini destacam que é preciso ultrapassar esse paradigma antiquado. Assim como o indivíduo que saiu da gruta, alguns pioneiros tentam introduzir novas ideias, métodos e abordagens na educação física. Mas enfrentam resistência.

A relutância de certos colegas em aceitar a mudança é compreensível até certo ponto, pois desafiar o conhecido pode ser desconfortável. Contudo, os professores apelam para que, ao menos, as críticas sejam direccionadas às ideias e conceitos apresentados, e não às pessoas que ousam inovar. A educação física angolana, para avançar, precisa abandonar a “gruta” dos métodos ultrapassados e explorar as possibilidades que o mundo moderno tem para oferecer.


One thought on “A SIMBIOSE MITOLÓGICA DA GRUTA E A EDUCAÇÃO FÍSICA EM ANGOLA

  1. A mentira quando repetida varias vezes torna-se verdade ,as vezes as pessoas seguem certos padrões e acreditam neles desde criança não porque é a verdade mas porque foram encinados desta forma tornando-se uma crença ou lei , e a materia acima mostrar isso ,
    Como nova geração não devemos cair no conformismo mas descobrir ou pensar fora da caixa.

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